A injeção de electroterapia
Quando tivemos a idéia de imortalizar as lorotas do Pedro
Marques foi pensando também em você, caro leitor e leitoras. Não confundam,
pois estou me dirigindo aos leitores e não aos eleitores e eleitoras. São
cômicas e não tem como não sorrir do Galeno autodidata, (assim ele se
intitula). Lembrando que são 99% reais, onde a gente aumenta, mas não inventa!
Nestas linhas vou descrever a sua trajetória como curandeiro. Certa vez, um
cidadão que se chamava Agnelo Ramos Nascimento procura o suposto curador para
tratar de uma doença dolorosa. Diagnosticado, Pedro o recomenda tomar a injeção
elétrica na “ELECTROTERAPIA”. Isso foi no dia 03 de maio do ano de 1981, fato
verídico e testemunhado pelo nosso amigo “Tó”, um dos imitadores de Pedro
Marques nota 10. Segundo nossa testemunha ocular, quando se aplicou a injeção
elétrica neste cidadão, Pedro pergunta: defecou? - Não! Então você está
lascado... A dosagem vai ter que ser dobrada, de 110 volts para 380 volts.
Agora além de defecar, também vai urinar e gemer igual uma mula. Novamente
repete aquele tratamento iniciado, porém, com uma dosagem três vezes mais. O
que veio em seguida? Segundo “Tó”, se não fosse Dr. Walteir que passava na
avenida naquele momento, o Agnelo tinha morrido, ele defecou tanto que as
tripas começaram a sair pra fora, com o “curador” dizendo: - Com o cientista
autodidata é assim. Se não agüenta põe até as tripas pra fora! Já que falamos
em nosso amigo “Tó”, prestem atenção neste acontecido. O Pedro Marques sempre
foi imitado aqui em
Jaíba. Sabemos que o tozinho não é flor que se cheira. Em
escolas e outros lugares públicos as pessoas o chamava para imitar o cientista.
O catedrático autodidata ficou sabendo e não gostou disso. Certa noite, vindo
da escola, o tozinho (Tó da casa do lavrador, seu nome verdadeiro “Ademar”)
passava em frente à casa do Galeno, então este o chama: Ô Ademar... Ô Ademar...
Você conhece o tal de “Tó” da Casa do Lavrador, filho do velho Sufa? Tozinho
age como um João sem braço, e simplesmente responde não! Não o conheço... Mas o
que o cientista quer com ele... Nada não, não vou fazer nada demais, eu só
quero dar um tiro na testa deste endemoniado e enfiar uma faca na boca pra sair
na nuca, só isso. O Ademar ficou muitos anos correndo do cientista, nem ao
menos passava em frente sua casa. Neste mesmo dia, 03 de maio de 1981, Pedro
Marques resolve aplicar a injeção elétrica em seu filho mais velho, meu irmão
Nabucodonozor. Este que sofrera paralisia infantil ainda quando criança. Alguém
entre os curiosos diz: - Seu Pedro, o menino é doente! Ele responde: - Não tem
problema nenhum! Se morrer não vai fazer falta, já é um vegetativo de nascença!
De maneira alguma ele aplicou aquela injeção elétrica no filho, houve a
interferência da minha mãe que lhe diz: - Porque você não aplica em tu, no
menino não Senhor. E aí? Ele brigou com a mãe? Não! Então resolveu atender o
pedido da amada, e exclamou. - Já que é assim lá vai agulha nos braços do
autodidata. Mas antes de aplicar aquela injeção elétrica ele vira para a esposa
(minha mãe) e diz: Se eu morrer tu faças uma escrita no meu túmulo assim: Aqui
jaz o corpo do maior cientista do mundo, o autodidata e catedrático prefulgido
Pedro Marques de Oliveira, pois, até seus restos mortais tem a solidariedade
adicional de sentir saudade da sua alma que já vives em outra dimensão! Foi uma
algazarra total, não teve quem não deu gargalhada. E a injeção ele tomou? Tomou...
Ele disse: - Só não vou tomar porque a minha pressão arterial hoje está lá em cima. Doido ? Doido é
quem o trata assim.