Esta notícia está tirando o sono
de muitos produtores de banana, pois conforme prevêem alguns especialistas, o
Equador produz uma banana de qualidade inferior, com menor custo de produção e
pode chegar com um preço mais barato aos consumidores brasileiros desestabilizando
assim o comércio interno local.
A possível entrada da banana
equatoriana no Brasil é uma realidade que tem preocupado a classe produtora de
todo país. Toda essa discussão começou quando o Governo do Equador tentou
introduzir no mercado brasileiro a sua banana. Esta fruta é o segundo produto
da pauta das exportações equatorianas, superada apenas pelas vendas externas de
petróleo. Este país perdeu espaço e dinheiro deixando de comercializar a fruta
para os países árabes.
Com a entrada deste produto no mercado
brasileiro, diversos problemas serão recorrentes para quem produz e para quem
consome. Principalmente a queda do preço da fruta, pois o Equador possui mão de
obra extremamente barata, cerca de um terço do custo praticado no Brasil, e
também menor custo de produção em adubos, energia elétrica e defensivos
agrícolas que custam menos.
As estatísticas apontam o Brasil
em quinto lugar entre os maiores produtores de banana, com 7,3 milhões de
toneladas, atrás da Índia (29,6 milhões de toneladas), China (10,7 milhões de
toneladas), Filipinas (9,1 milhões de toneladas) e Equador (7,4 milhões de
toneladas). Enquanto o Equador exporta 5 milhões de toneladas, as vendas
externas brasileiras de banana somam pouco mais de 100 mil toneladas.
Contrários à compra da fruta do
país vizinho, que tem aumentado as pressões para a entrada do produto no
mercado brasileiro, agricultores solicitaram ao governo federal, uma análise do
fruto estrangeiro, que seria nocivo à saúde, por conter níveis elevados de
agrotóxicos prejudiciais às lavouras brasileiras.
Relação comercial pode prejudicar bananicultores
Há cerca de 10 anos, os
ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e de Relações Exteriores
estudam a possibilidade de importação da banana do Equador para equilibrar a
balança comercial entre os dois países. Dados do Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior mostram que, em junho, o Brasil exportou cerca de
US$ 63 milhões em produtos diversos para o Equador e importou menos de US$ 13
milhões.
“O governo não tem que ficar
resolvendo problemas de outros países. Somos autossuficientes na produção de
bananas e deveríamos estar exportando, não trazendo de fora para cá”, afirma o
presidente da Confederação Nacional dos Produtores de Banana, Dirceu Colares.
A produção equatoriana é controlada,
sobretudo, por empresas norte-americanas e européias. Menos de 20% do
faturamento fica no país, então, a entrada de banana no Brasil interessa é a essas
instituições. Informou o representante da Confederação doa Bananicultores.