VISTA aérea do fórum
de manga
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A sala de julgamento do fórum da
vizinha cidade de Manga ficará pequena para acomodar as pessoas que vão
assistir à sessão pública que consta da primeira audiência de
instrução/julgamento envolvendo os réus Sildete Rodrigues de Araújo, Silvano
Rodrigues de Araújo, Adilson de Freitas David e Leandro Cesário dos Santos. Os
trabalhos estão previstos para iniciar às 9 horas da manhã, e sem previsão de
horário para terminar. A previsão é que não haja o julgamento final neste mesmo
dia e talvez nem seja possível ouvir todas testemunhas arroladas nesta sessão.
No último dia 13 deste mês os réus
citados tiveram uma grande derrota quando foi julgado e negado em definitivo
por parte da segunda instancia, na capital mineira, os respectivos habeas
corpus, onde os advogados aguardavam a soltura de seus clientes. Após negado o
pedido de liberdade nas duas instancias, resta para a defesa, a apelação para a
instancia máxima que é o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal
Federal em Brasília – DF. Ainda não se sabe se os réus vão usar desta
prerrogativa judicial.
Cerca de 70 pessoas já foram
intimadas para depor nesta audiência de instrução e ou julgamento que
acontecerá no próximo dia 28 no fórum de Manga. Estas pessoas são testemunhas
de acusação, defesa, e outras envolvidas no processo, que julgará entre outros
crimes, a improbidade administrativa e formação de quadrilha.
A fase de investigação por parte
do Ministério Público e Polícia Federal ainda não chegou ao fim, e outras
pessoas estão sendo investigadas e outros processos se encontram em segredo de
justiça.
Sentença final poderá sair no mês de junho deste ano
Nesta primeira audiência marcada
para o dia 28 de março não será proferida a sentença pelo magistrado, mesmo
porque não terá tempo suficiente para ouvir todas as testemunhas arroladas. Não
haverá corpo de jurados e apenas o Ministério Público oferecendo as denúncias e
os advogados de defesa com suas estratégias visando a liberdade dos réus.
A previsão manifestada por alguns
juristas, é que a sentença final expondo a condenação ou a absolvição seja
realizada apenas no mês de junho, pois o juiz ainda marcará novas sessões, e
terá o prazo estipulado para que a defesa proceda as suas alegações finais.
A origem do sistema investigativo e fiscalização
O processo que levou a prisão
destes acusados teve início com o trabalho da Câmara de Vereadores de Jaíba,
que, diante de denúncias e fortes indícios de corrupção e improbidade
administrativa, resolveu dar prosseguimento ao processo de fiscalização e
investigação tendo como parceiros nesta apuração, o Ministério Público e a
Polícia Federal, e que num trabalho conjunto destes três órgãos públicos,
pôde-se chegar a uma boa quantidade de provas documentais e testemunhais que
culminou em tais prisões.
O produtor rural Silvano Araújo
ficou frente à frente, com os representantes do Ministério Público após a
Polícia Federal ter divulgado gravação em que ele supostamente faz ameaças de
morte aos promotores encarregados das investigações em torno do seu nome.
Silvano Araújo diz que mataria qualquer um e que contrataria pistoleiros da
facção criminosa Comando Vermelho.
Este produtor rural é apontado
pela Polícia Federal como o mentor do esquema de corrupção que teria desviado
milhões de reais da Prefeitura de Jaíba nos últimos anos durante a gestão do
ex-prefeito Detim. Contra Silvano pesa também a acusação de quando da sua
candidatura a deputado, que declarou um patrimônio de R$ 606,8 mil e gastos na
campanha de R$ 2 milhões. Recursos possivelmente desviados da Prefeitura de
Jaíba.
Os presos responderão, na medida
de suas participações, por crimes contra a administração pública, formação de
quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, dentre outros. Se
condenados, as penas máximas aplicadas aos crimes podem ultrapassar 30 anos,
segundo a Polícia Federal.
Ainda de acordo com informações da
PF, as verbas irregularmente desviadas eram imediatamente aplicadas em bens,
móveis e imóveis, cujas propriedades eram ocultadas com participação de outros
empresários e “laranjas” ligados aos principais membros da organização
criminosa.
Na sentença que decreta a prisão
dos envolvidos, a justiça cita a atual advogada de Jimi, e que também advogou
para Detim quando foi afastado durante o seu mandato, que a mesma teria um
esquema para compra de decisões judiciais por um alto valor financeiro.