O governo de Minas
planeja ‘importar’ para os municípios de sua área de abrangência a tecnologia
social conhecida como conceito base zero. O sistema foi desenvolvido com
sucesso pelo engenheiro mecânico José Artur Padilha em sua fazenda em Pernambuco.
A tecnologia
promete contribuir para a perenização dos rios e para amenizar os graves
problemas de escassez de água no semiárido mineiro. Por meio da construção de
barragens, usando basicamente pedras e com custo baixíssimo, a água é
armazenada debaixo do chão, praticamente livre da salinização e da evaporação,
diferentemente dos armazenamentos superficiais que evaporam rapidamente.
O engenheiro
explica que as barragens têm o formato de arco romano deitado e rampado. São
feitas exclusivamente com pedras do próprio local, sem argamassa, arrumadas de
modo inteligente, de forma que trabalhem estruturalmente quase a uma compressão
pura. “Os barramentos, acoplados em série, acabam formando platôs por conta da
erosão natural provocada pelas chuvas nas encostas adjacentes”, explica o
engenheiro. Ele acrescenta que “esses platôs são férteis, possibilitando a
produção agropecuária normal, pois a água que escoa rapidamente fica armazenada
muito mais tempo neles, devido à lenta percolação através do solo e dos
estragos geológicos imediatamente abaixo e pode ser utilizada durante todo o
ano, incluindo o período de estiagem”.