quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Vence o prazo dos prefeitos para destinação adequada do lixo

Os prefeitos preguiçosos não deram conta de administrar nem mesmo o lixo de suas cidades, apesar de possuir recursos financeiros e contar com quatro anos para realizar esta tarefa como determina a lei que entrou em vigor em 2010.
O governo não vai dar mais prazo para que os municípios acabem com os lixões e passem a armazenar os resíduos sólidos em aterros sanitários. O prazo acabou no último dia 02 deste mês de agosto, mas cerca de 60% das cidades não contam com destinação adequada do lixo. O Brasil tem atualmente 2.202 municípios que contam com destinação adequada dos resíduos sólidos, o que representa 39,5% das cidades do país. Pela lei, o lixo terá que ser encaminhado para um aterro sanitário, forrado com manta impermeável, para evitar a contaminação do solo. O chorume deve ser tratado e o gás metano terá que ser queimado.
A lei foi sancionada há quatro anos, mas a maior parte dos prefeitos joga o assunto para adiante, com o argumento de que não têm dinheiro para cumprir a legislação e na expectativa de que nada aconteça. Se o governo federal não amolecer novamente com o esperado rigor em torno do assunto, as prefeituras com lixo a céu aberto podem responder por crime ambiental, com aplicação de multas de até R$ 50 milhões, além do risco de não receberem mais verbas do governo federal. Os prefeitos, por sua vez, correm o risco de perder o mandato.
O governo pretende trabalhar com os Ministérios Públicos para “construir soluções” de acordo com a realidade de cada município. Segundo a ministra do Meio Ambiente, entre as soluções que podem ser apresentadas estão termos de compromisso e termos de ajustamento de condutas com os municípios.

Nos últimos quatro anos, desde que a Política Nacional de Resíduos Sólidos foi aprovada, o governo federal disponibilizou R$ 1,2 bilhão para municípios e estados para ações de destinação de resíduos sólidos, incluindo a elaboração de planos e investimentos em aterros. Segundo a ministra, menos de 50% desses recursos foram executados, por causa de situações de inadimplência de municípios ou dificuldades operacionais.