quinta-feira, 20 de março de 2014

LOROTAS DE PEDRO MARQUES (Por Brás da Viola)



O gigante Golias e o boticão

Certo dia de uma semana qualquer do mês de setembro, ano de 1989, às 02h45m, a lua brilhava na imensidão de um céu estrelado. O nosso amigo Adonias (hoje vereador), filho do Sr. Ranulfo Félix, que na época eram moradores na fazenda Dos Padres, estava há duas semanas sem dormir, com uma dor de dente daquelas. Ele levantou gemendo de dor, arriou sua mula preta boa marchadeira e veio pra Jaíba a conselho da esposa. Ela disse: - vai meu bem e manda o Pedro Marques “arrancar” esse danado.
Quando o Adonias chegou era por volta das 03h50m daquela madrugada. Já desceu gritando e gemendo, “ai, hum”! “Ai hum”! “Ai hum”. Todos sabem que o Sr. Adonias tem mais de dois metros de altura, um homem gigante. Ele clamou por socorro tocando a campanhinha: “Ô Pedro, Pedro dentista, me acode, arranca esse dente pra mim, pelo amor de Deus”. Pedro Marques colocou a cabeça pelo lado de fora da janela e disse: “como que pode, isso é hora de acordar o autodidata cientista”?
Em pleno gozo do seu descanso noturno, esbaforiu ao cliente indesejado, “Não vê que estou descansando meus tórax pulmonares, eu estava sonhando com o Jaibaheurecaelectroterapianticanceromorfético e você me acordou”. - O que você quer Golias? Oh! Dr. Pedro, eu pago o preço que for, mas tenha piedade de mim, me arranca esse dente que não me deixa dormir ha duas semanas.
“Vem cá, entra e assenta na cadeira que eu vou examinar seu mastigante”, disse o catedrático cientista. Quando Adonias assentou na cadeira, o “doutor” devido a sua baixa estatura não alcançou a queixada do gigante Adonias, e gritou:- “Algum filho de Deus me traga o tamborete pra eu subir, o homem é muito grande e não estou alcançando sua mastigação, desse jeito não vai dar pra aliviar a dor desse dente cheio de periculosidade. Só o cientista autodidata Pedro Marques que dá jeito numa jamanta dessas, se trata de um dente pré-histórico.
Doutor Pedro subiu no tamborete e começou anestesiar aquele dente “empestiado”. Anestesia pra lá, anestesia pra cá, Adonias gemendo, até que, com o boticão Pedro Marques abraçou toda a extensão territorial do dente. Neste exato momento com a dor transpassada Adonias levantou da cadeira, gemendo e bufando igual um touro. Pedro Marques ficou dependurado e ancorado ao boticão, Pedro Marques gritava: “balança, balança, vai... balança Adonias, sacode... é como se fosse um terremoto. Com a extremidade do corpo sólido e esférico bucal, gengival e ósseo você vai ver o tamanho do troféu nas garras do boticão”.
Depois de tanto balançar com Pedro Marques dependurado ao boticão o dente foi arrancado; quando Adonias ainda gemendo perguntou para Pedro Marques, - Doutor, que remédio eu devo tomar? Pode tomar dipirona em gotas.  Quantas gotas Doutor? “Pelo seu tamanho pode tomar o vidro inteiro”.