sábado, 18 de maio de 2013

Pó de brita (rocha) poderá substituir adubo com preço baixo


O uso de rochas moídas, ou pó de brita como alternativa aos fertilizantes químicos solúveis foi tema do simpósio sobre Rochagem na sede da Codevasf, em Brasília, neste mês. A tecnologia, que já é uma realidade em muitos sistemas de produção agrícola sustentável, em especial entre agricultores familiares do sul do Brasil, está em conformidade com os princípios agroecológicos e serve como uma opção viável de recuperação de solos tropicais degradados.
O evento promoveu uma discussão – entre técnicos da Codevasf, Embrapa e da Universidade de Brasília.
A ideia é agregar ao agricultor familiar uma matéria-prima que seja de baixo custo e disponível na região de produção, eliminando a dependência desses agricultores da importação de fertilizantes, que são em sua maioria importados.
O projeto piloto, ainda está em fase de formatação, e a região escolhida para aplicar esse projeto piloto com os agricultores foi uma parte do perímetro de irrigação Baixio de Irecê (BA) com pouca fertilidade, que são as areias do rio São Francisco.
Rochagem - Pode ser entendida como um processo de rejuvenescimento ou remineralização do solo, mediante a adição de pó de rocha (ou seus subprodutos), desde que contenha quantidades consideráveis de macro e micronutrientes necessários ao pleno desenvolvimento das plantas.
A geóloga e pesquisadora do CPRM explica que o material produzido a partir de determinadas rochas permanece no solo e oferece ao longo do tempo os nutrientes necessários ao desenvolvimento das plantas, enquanto os fertilizantes químicos solúveis são levados pela primeira chuva, sem garantia de que as plantas aproveitem os nutrientes.
 “As rochas têm molibdênio, cobre, vanádio, sílica, uma série de outros elementos que, mesmo em pequenas quantidades, são importantes. A banana e o mamão dependem muito de potássio, já o morango depende muito do molibdênio”, exemplifica a geóloga.
Mas a geóloga ressalta que não se pode moer qualquer rocha para usar na produção de alimentos. “Essas rochas devem ter uma certificação de que não possuem elementos nocivos à saúde e que realmente contribuem para a nutrição da planta”, diz.