O dia do aniversário de Jaíba, não
tinha muito que comemorar, diante da crescente violência sofrida pela população
jaibense, o que levou o Projeto Vida, juntamente com as escolas, APAI, PETI
Pro-jovem e apoio das autoridades religiosas, políticas, empresarial e
comercial a promover uma grande caminhada com orações, cantos e gritos em
defesa da vida e da paz.
Todos os manifestantes deixaram
claro que repudiam a onda de violência que vem acontecendo no município de Jaiba,
vitimando principalmente crianças e adolescentes. Desde o ano passado foram
mais de 10 assassinatos de crianças e adolescentes no município.
Há vários meses, o cabo da polícia
Militar, Fabinho, responsável pelo PROERD no município, os dirigentes do Projeto
Vida, vereadores, Douglas da papelaria escolar e outros vem mobilizando
autoridades locais, regionais e estaduais para desenvolver um conjunto de ações
que podem ajudar na intervenção e tratamento de crianças e adolescentes vitimas
do crack.
Uma das alternativas que o grupo
propõe é a construção de um centro de Acolhida para essas crianças e
adolescentes que necessitam de atenção especializada. As drogas tem sido a
principal causa das mortes em
Jaiba. O grupo que defende o tratamento adequado entende que
o problema das drogas não se resolve na polícia, mas com políticas públicas,
principalmente saúde, esporte, educação de qualidade e lazer.
Jaiba tem muito a melhorar nesse
sentido. A sensação de insegurança no município é muito grande, e os crimes
aqui cometidos estão ligados as drogas, por isso, além de ser necessário reforçar
a segurança, é necessário investir mais nos projetos que atuam na prevenção, que
precisa de locais apropriados para tratar as crianças viciadas, necessita
também de locais adequados para as aplicações legais das medidas
sócio-educativas às que violaram a lei.
Faz-se necessário uma maior
presença do Estado. A comunidade está também fazendo um abaixo assinado
solicitando atenção no sentido de instalar em Jaiba uma promotoria Pública para
atender aqueles casos relacionados ao direito difuso e coletivo. Pois a
comunidade sofre com a distancia que enfrenta para acessar a justiça (75 km + travessia de balsa)
que está do outro lado do Rio São Francisco.
No aniversário da cidade todos
foram convocados e atenderam o convite de rezar e refletir sobre uma sociedade mais
justa, mas é preciso agir seriamente se de fato queremos uma comunidade de paz
para nós e para aqueles que estão a nossa volta. (colaboração Ir. Sueli
Gomes)