segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Antiga igreja de Mocambinho vira patrimônio cultural estadual

O Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais – IEPHAMG reconheceu neste mês as ruínas da capela de Mocambinho como patrimônio cultural do Estado. Jaíba avança mais um passo rumo ao reconhecimento pelo governo do estado como polo turístico e cultural.
Localizada no Projeto Jaíba, as ruínas da capela de Mocambinho possuem importante valor histórico e cultural. Acredita-se que elas pertençam à igreja do arraial de Matias Cardoso ou do Retiro, denominada como igreja de Nossa Senhora do Bom Sucesso do Retiro, que foi abandonada devido às enchentes do rio São Francisco. Estima-se que a sua construção tenha se dado entre a segunda metade do século XVII e princípio do século XVIII. Conforme dados publicados pelo Iepha-MG.
As ruínas de Mocambinho testemunham o período da conquista, pelos paulistas e baianos, dos territórios ao longo do rio São Francisco, no início do século XVIII, quando as áreas de mineração estavam em processo inicial de descobertas e de povoamento em Minas Gerais. Além disso, documentam a presença da igreja católica no processo de colonização.
O Conselho Estadual do Patrimônio Cultural de Minas Gerais – Conep aprovou, por maioria, o tombamento das Ruínas desta Capela de Mocambinho. A presidente do Iepha-MG, Michele Arroyo, destacou a importância desses tombamentos para Minas Gerais. “É um trabalho iniciado nos anos 80 que se conclui depois de muitos anos e que abre uma perspectiva de uma nova apropriação, ressignificação e conhecimento dessa região pela comunidade local e pela comunidade próxima. É de extrema importância, para toda a população mineira, o reconhecimento dessa região do estado”.

O estilo de construção desta igreja e o seu característico projeto arquitetônico e todas as particularidades do sistema construtivo utilizado, sobretudo no que se refere ao ainda pouco investigado uso de tijolos em território mineiro, documentam o tráfego de influências culturais pela região do São Francisco e o emprego de conhecimento e de mão de obra experientes na adequação aos materiais existentes na região.