Movimentação de policiais na prefeitura
|
A última quarta-feira dia 18 foi bastante
movimentada envolvendo muitos curiosos que assistiram a operação “Ração de
Papagaio” comandada pelo Ministério Público, Polícia Militar juntamente com o
Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, sendo cumpridos
mandatos de busca e apreensão, afastamento de agentes públicos e condução
coercitiva de indiciados.
Os mandatos foram expedidos pelo juiz de
Manga na intenção de identificar uma organização criminosa infiltrada na Administração
pública do Município de Jaíba envolvendo secretários municipais, servidores
públicos e prestadores de serviços.
Inicialmente, estima-se que o dano imposto ao
Município supere a cifra de dez milhões de reais e envolve prioritariamente
recursos destinados às áreas da saúde e construção civil. Para o cumprimento da
decisão judicial foram empregados seis Promotores de Justiça, dez servidores do
Ministério Público e sessenta Policiais Militares.
O nome dado à operação está ligado ao código
utilizado por um dos Secretários Municipais ao pedir o pagamento de propina a
determinado fornecedor do Município. Conforme o processo, o secretário Marco
Amorim cobra do parceiro e intermediário Augusto Régis Valente a entrega da
“ração de papagaio” em referência a recebimento de vantagem indevida
possivelmente cobrada da Clínica CEEU. Pode ser destacado um pequeno trecho da
conversa telefônica:
- E aí
-
Beleza
-
Hudson foi pra Mucambinho?
- Cara,
acho que foi. Acho que foi sim. Tô aqui na secretaria até agora fechando aquele
negócio de ontem que nós combinou.
- ham
tá. No caso então você pegou a ração pro papagaio não?
- Oh é
o seguinte eu fui até lá sabe, mas a situação tá feia. Diz que só sexta feira.
No processo, o Ministério Público através de
medidas acautelatórias pede a prisão temporária de alguns indiciados, o que foi
negado pelo juiz, sendo concedida apenas a condução coercitiva, busca e
apreensão, quebra de sigilo bancário, e suspensão do exercício de cargo público
por indício de crime de improbidade.
Entre as acusações dos envolvidos constam a
contratação ilegal do médico Wellington, com indícios da prática de crimes com
fornecedores e atuando como médico especialista, sem possuir tal especialidade.
Contratação ilícita de servidores para
interesses particulares; pagamento fraudulento de diárias; indício de fraude na
contratação de empresa de promoção de festas; desvio de combustíveis; práticas
criminosas envolvendo os fornecedores, e contratação irregular de pessoas para
atuar na última eleição.
30
denunciados
Diante da denúncia do Ministério Público o
juiz Eliseu acolheu apenas parte das alegações determinando a condução
coercitiva de trinta indiciados, sendo que nem todos foram encontrados ou
levados para depor em Manga. São eles:
Wellington Campos de Lima (médico),
Geórgia karoline Lelis Silva (esposa
Wellington),
Marcos Aurélio Amorim (Sec. Administração),
Hudson Aparecido pena Arruda (advogado e Sec.
Saúde),
Rogério Guedes Aguiar (advogado e sec. Agric.
familiar),
Romero Fernandes Oliva (Secretário Meio
Ambiente),
Augusto Régis Valente Neto (chefe do
hospital),
Mardem Wiliam Souza,
Gisely Araujo Porto Robleto,
Antonio Carlos da Silva,
Diocleciano Farias Neto,
Leandro Cesário dos Santos,
Elias dos Santos Silva,
Valdemir Soares da Silva,
Edson Carlos Mendes da Silva,
Weverton Silva Dias,
José Maurício Figueiredo,
Ana Paula Nardi,
Analgencio Murilo da Silva,
Fernando José Torchelsen, (Janaúba),
Ruy Célio Rodrigues (Janaúba),
Cilene Danielle Cangussu,
Maria Luciana de Melo (esposa Hudson),
Isa Maria Silva Barbosa,
Carine Tamures (Janaúba),
Henrique Nunes de Sá (Janaúba),
Acir Silva de Oliveira (Ipatinga),
Lázaro Moysés de Souza (Ituiutaba),
Werbem Magalhães Soares, e
Sérgio Alberto Robleto.
Foi também determinado busca e apreensão nos
endereços de Wellington, Hudson, Marcos Aurélio, Rogério Guedes, Romero,
Augusto Régis, Mardem, Gisely, Antonio Carlos, Léo Pintor, Lázaro Moysés e a
sede da prefeitura de Jaíba. O juiz de Manga determinou o imediato afastamento
dos cargos de: Hudson, Geórgia, Rogério Aguiar, Marcos Aurélio, Romero, Augusto
e Mardem, por 180 dias.
Conforme consta no processo do MP, o médico
Wellington, age de forma conspiratória contra o próprio irmão (prefeito),
formando um governo paralelo. O prefeito de Jaíba será intimado para que cumpra
a decisão de afastamento imediato dos agentes públicos sob pena de
responsabilidade administrativa e criminal.
A sentença determina à Junta Comercial que
não proceda qualquer alteração nas empresas Clínica CEEU e Lázaro Moysés de
Souza e autoriza a quebra de sigilo
bancário de 16 dos 30 envolvidos em todas as contas de depósitos, contas de
poupança, contas de investimentos e outros bens mantidos em instituições
financeiras nos períodos indicados, sendo que as instituições financeiras devem
cumprir a determinação judicial.