quinta-feira, 19 de março de 2015

Governo afirma que outro confisco da poupança é boato falso

Depois do confisco da poupança pelo governo Collor, uma mudança na Constituição Federal, que é a lei maior do nosso país proíbe determinantemente tal medida. Mas os principais assuntos do momento é o impeachment da Dilma e um possível confisco do dinheiro dos poupadores da caderneta de poupança.
Conforme os entendidos no assunto, o abismo entre a conjuntura econômica do Brasil em 1990, quando foi realizado o confisco da poupança pelo então presidente Fernando Collor, e a situação atual da economia do país inviabiliza que se repita o sequestro de recursos de brasileiros aplicados na caderneta de poupança. Para economistas, rumores e falsas notícias que circulam nas redes sociais apontando para um novo confisco não possuem respaldo na realidade e têm conotações políticas, e não econômicas.
“Estamos falando de uma inflação de quase 2.000% ao ano na década de 90 contra um índice atualmente em 7%. À época, a situação da economia exigia uma medida drástica e optou-se pelo confisco. Hoje não temos nada próximo daquilo e, além disso, há uma maior maturidade da democracia e da população brasileira, que não aceitaria esse tipo de ação do governo”, disse o professor de economia da Faculdade Ibmec Ricardo Couto.
Ele diz que foi consultado por amigos em dúvida se deveriam resgatar os valores depositados na poupança e conta que os tranquilizou por não enxergar nenhuma possibilidade de os boatos terem conexão com a realidade.
O professor ainda observa que mesmo com o cenário de 1990, a decisão foi equivocada. “Uma das avaliações mais corretas que fizeram do confisco foi a de que a equipe econômica confundiu fluxo monetário com estoque monetário”. Assim, para diminuir os recursos em circulação e reduzir o consumo para conter a inflação, fizeram o confisco.
O confisco ocorreu em 16 de março de 1990 por meio do decreto de bloqueio das contas por 18 meses, com promessa de liberação posterior, em parcelas e com correção monetária. Todos os depósitos e aplicações financeiras acima de 50 mil cruzados novos (cerca de R$ 6.000 atuais) foram bloqueados.

Segundo o Banco Central, o saldo das cadernetas de poupança em fevereiro deste ano, era de R$ 653 bilhões. Em fevereiro de 2014, o valor era R$ 608 bilhões.