Depois do confisco da poupança pelo governo Collor, uma mudança na
Constituição Federal, que é a lei maior do nosso país proíbe determinantemente
tal medida. Mas os principais assuntos do momento é o impeachment da Dilma e um
possível confisco do dinheiro dos poupadores da caderneta de poupança.
Conforme os entendidos no assunto, o abismo entre a conjuntura
econômica do Brasil em 1990, quando foi realizado o confisco da poupança pelo
então presidente Fernando Collor, e a situação atual da economia do país
inviabiliza que se repita o sequestro de recursos de brasileiros aplicados na
caderneta de poupança. Para economistas, rumores e falsas notícias que circulam
nas redes sociais apontando para um novo confisco não possuem respaldo na
realidade e têm conotações políticas, e não econômicas.
“Estamos falando de uma inflação de quase 2.000% ao ano na década
de 90 contra um índice atualmente em 7%. À época, a situação da economia exigia
uma medida drástica e optou-se pelo confisco. Hoje não temos nada próximo
daquilo e, além disso, há uma maior maturidade da democracia e da população
brasileira, que não aceitaria esse tipo de ação do governo”, disse o professor
de economia da Faculdade Ibmec Ricardo Couto.
Ele diz que foi consultado por amigos em dúvida se deveriam
resgatar os valores depositados na poupança e conta que os tranquilizou por não
enxergar nenhuma possibilidade de os boatos terem conexão com a realidade.
O professor ainda observa que mesmo com o cenário de 1990, a
decisão foi equivocada. “Uma das avaliações mais corretas que fizeram do
confisco foi a de que a equipe econômica confundiu fluxo monetário com estoque
monetário”. Assim, para diminuir os recursos em circulação e reduzir o consumo
para conter a inflação, fizeram o confisco.
O confisco ocorreu em 16 de março de 1990 por meio do decreto de
bloqueio das contas por 18 meses, com promessa de liberação posterior, em
parcelas e com correção monetária. Todos os depósitos e aplicações financeiras
acima de 50 mil cruzados novos (cerca de R$ 6.000 atuais) foram bloqueados.
Segundo o Banco Central, o saldo das cadernetas de poupança em
fevereiro deste ano, era de R$ 653 bilhões. Em fevereiro de 2014, o valor era
R$ 608 bilhões.