quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Lorotas de Pedro Marques (por Brás da Viola)



                       Pedro Marques no avião

Somos todos fãs de alguma coisa ou de alguém; uma dupla sertaneja, um cantor, um jogador de futebol, um ator, um filme, uma celebridade, uma marca de automóvel, até mesmo de um político, etc. e etc. O incomparável galeno e cientista autodidata Pedro Marques de Oliveira sempre teve como ídolo o saudoso político Tancredo Neves. Conta-se pela minha mãe que quando este morreu, Pedro ficou enlutado muitos dias, até mesmo chorou a perca do inesquecível e memorável estadista brasileiro. Por muitas vezes ele mandou peru assado pelos correios para o Tancredo, quando este era governador de Minas. É isto mesmo que você leu: assados pelos correios. Se o Tancredo comia ou não, é um quesito que não faz parte desta lorota; como diz o provérbio aí já são outros quinhentos. Dizem as más línguas que todo peru assado que era enviado para o governador através do deputado, este não chegava até o Tancredo, sendo que o deputado o comia na estrada com uma cervejinha bem gelada. Pedro Marques descobriu toda essa insolação e liga para o deputado. - Alô... É você doutor Manoel Costa? Fique sabendo que a excelência não passa de um esfomeado, nunca viu peru assado, seu guloso de uma figa! Cadê o ciscante assado que a excelência não entregou ao governador? Em uma determinada ocasião o Tancredo convida Pedro Marques para fazer-lhe uma visita, tendo como padrinho desses encontros este famoso Deputado Manoel Costa. O cientista voou pela primeira vez! Tudo tem a primeira vez é claro! Nosso catedrático nunca havia viajado de avião, mas quando então recebe uma passagem de brinde do seu padrinho deputado, ele embarca em Montes Claros. Já no aeroporto, bagagens e muita ansiedade, afinal era a primeira vez. Tudo pronto para a decolagem. Quando o avião subiu os ares, Pedro começa sentir tonturas e a retirar o seu inseparável terno branco com sua gravata avermelhada. Apresentando também sintomas de vômito. Pedro sentado ao lado do deputado Manoel Costa que lhe orienta - Ô Dr. Pedro se você vomitar faça isso no saco; não deu outra, Pedro Marques abre o zíper da calça e vomita nos testículos por inteiros, sujando toda a poltrona. Ele recebe orientação da aeromoça para se deslocar para o banheiro. Vômitos e mais vômitos. Pedro sai do banheiro “chapiscando” o corredor do avião, quando a linda e escultural aeromoça o reclama: Ô senhor! Não vomite aqui dentro; quando Pedro lhe responde. - Então abra a porta que eu vou vomitar lá fora! Alguns passageiros perguntavam ao deputado quem era aquele moço - é seu parente ou amigo? Este por sua vez dizia. - Não o conheço! Chegando à capital ele se hospeda na casa do padrinho deputado e logo de cara vai ao banheiro e se banha, pernoitando por ali em um quarto especialmente preparado para aquela visita ilustre. Chega um novo dia e o café estava à mesa com o deputado lhe perguntando: - Dormiu bem doutor? Responde o cientista: - Nem se quer cochilei, era tanto pernilongo que ficou o meu tormento, deputado. O autodidata foi picado a noite inteirinha, que desgraça de tanto chupão, nem minha esposa me chupa tanto assim, esbravejou o cientista. Já não bastava a vomitadeira naquele avião. Então foram para a audiência com o Tancredo Neves. Chegando, recebe os cumprimentos do governador que lhe pergunta como foi de viagem.  Pedro responde: - O Galeno vomitou a viagem por inteira e ainda fui chupado no descanso na região dos tórax pulmonares, quase morri governador! O governador pergunta-lhe qual é a sua reivindicação? O que queres? Pedro lhe pergunta: - O governador recebeu o peru assado que lhe enviei através do deputado Manoel costa? Tancredo: - Não! O cientista olha ressabiado para o deputado e diz: Cadê o peru assado comilão? Com certeza já passou pelos seus tórax pulmonares! Olha governador, este deputado não passa de um devorador de perus alheios! E a volta pra casa? Essa é outra lorota que fica pra depois!