A ciência e a
tecnologia vêm chegando a passos largos. Um estudo publicado recentemente na
revista “Prenatal Diagnosis” mostra
ser possível identificar o sexo do bebê a partir de algumas gotas de sangue
retiradas da ponta de dedo da gestante.
A pesquisa foi feita
com 101 voluntárias. A equipe parte agora para a construção de kits de coleta
que permitam o uso da descoberta na rotina dos laboratórios ou de farmácias
especializadas, semelhantes àqueles que são usados para identificação de taxas
de glicose no sangue. “Será um conforto para as gestantes, além de permitir que
a amostra seja obtida mesmo em locais onde não haja profissionais
especializados para fazer a coleta de sangue”, afirmou o coordenador da
pesquisa.
Isso é possível
porque o DNA da porção fetal da placenta percorre a circulação sanguínea da
gestante antes de ser eliminado por rins, fígado e enzimas presentes no sangue.
Quando é encontrado o cromossomo Y, há a indicação de que o feto é masculino.
Assim como ocorre com
o teste tradicional, a punção no dedo pode ser feita a partir da oitava semana
de gestação (cerca de dois meses). O estudo revelou, no entanto, que o sucesso
da técnica depende do preparo na área onde a punção será feita.
“Em algumas análises,
o cromossomo Y era encontrado, mas constatávamos depois que se tratava de um
feto feminino”, explicou o pesquisador Gustavo Barra. Pesquisadores então
identificaram que o erro ocorria porque na ponta dos dedos das gestantes havia
também o DNA de outras pessoas.
A contaminação
poderia ocorrer de diversas formas. Seja num aperto de mão, seja pegando
objetos que acabaram de ser tocados por um homem. A solução encontrada foi
limpar a área onde seria feita a punção com hipoclorito de sódio.
Após a publicação do
trabalho, a equipe já foi procurada por empresas dos Estados Unidos e da
América Latina interessadas em parcerias.