segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Relatório aponta a pior crise do rio Verde Grande

A Agência Nacional de Águas (ANA) apresentou recentemente um boletim hídrico sobre a situação do nosso saudoso rio Verde Grande em que a população jaibense ainda mantém a esperança e a fé de vê-lo recuperado e vigoroso. De acordo com o documento, os anos 2016 e 2017 foram os de menor volume deste rio em toda sua história, quebrando o recorde negativo registrado 2008.
“Crise hídrica não é só a escassez de água, é também o uso incorreto dela. Por exemplo, enchentes em que a água da chuva não é aproveitada. O ser humano desafia a natureza, implantando culturas que o solo não permite, perfurando poços artesianos sem autorização e o uso inconsciente da água da superfície”, enfatizou Wilde Cardoso, especialista em recursos hídricos da ANA.
O rio Verde Grande está com a sua menor vazão em toda sua história, com apenas 100 litros por segundo e lamina d’água de 18 centímetros, nas proximidades da cidade de Verdelândia (acima), quando o comum é ter 64 centímetros e 1.000 litros por segundo, neste mesmo local.
O relatório foi apresentado neste mês em Montes Claros, por Wilde Cardoso, da Agência Nacional de Águas, durante a audiência da Comissão da Crise Hídrica da Câmara dos Deputados.
Na sua palestra, Wilde Cardoso explicou que o semiárido mineiro é o mais povoado de todo mundo e que a região quebra desafios, como ser o maior produtor de bananas. Lembra que desde 1996 o Governo passou a estabelecer normas para o rio Verde Grande, por causa da grande exploração de água. Ele salientou ainda que foram programadas mais de 12 barragens para recuperar o Verde Grande, mas nenhuma obra saiu do papel. A esperança agora é a Barragem de Congonhas, que perenizaria o rio Verde Grande.

O secretário-executivo da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene, Ronaldo Mota Dias, alegou que a situação do Norte de Minas é provocada pela falta de força política. Ele propôs que o Governo use os recursos do Fundo Constitucional do Nordeste (FNE) para financiar a construção de pequenas barragens para os produtores rurais, com taxas de juros atrativas, como forma de segurar as águas das chuvas. Ele lembra que somente isso seria suficiente para conter a perfuração excessiva de poços, que transformam a região em tabuleiro de palito.