terça-feira, 16 de setembro de 2014

Presidente Dilma proíbe a criação de novos municípios

SONHO de emancipar Projeto Jaíba é atropelado
Alguns moradores do Projeto Jaíba chegaram a criar uma associação visando a emancipação desta localidade. Mas parece que o sonho por enquanto, será apenas um sonho, pois, pela segunda vez a presidente Dilma Rousseff vetou integralmente o Projeto de Lei que tratava da criação, incorporação, fusão e o desmembramento de municípios. A proposta, aprovada no começo de agosto pelo Senado, substituía outro projeto sobre o mesmo assunto, também vetado integralmente pela presidente petista no fim do ano passado.
Na alegação, Dilma Rousseff argumenta que a proposta criaria despesas sem indicar as fontes de receitas correspondentes, o que desequilibraria a divisão de recursos entre os municípios.
“Mantidos os atuais critérios de repartição do Fundo de Participação dos Municípios, o desmembramento de um município causa desequilíbrio de recursos dentro do seu estado, acarretando dificuldades financeiras não gerenciáveis para os municípios já existentes”, diz a mandatária da nação.
A iniciativa do Congresso em votar substitutivo ao projeto foi reação ao veto integral da presidente Dilma Rousseff a proposta apreciada pela Casa em 2013. Na ocasião, o governo argumentou o aumento das despesas públicas. A justificativa do veto foi de que o projeto, da forma como estava, estimularia a criação de pequenos municípios pelo país, fragmentando ainda mais a divisão dos recursos do Fundo de Participação dos Municípios e impedindo uma boa gestão municipal. O veto ainda não foi votado pelo Congresso.
A Confederação Nacional de Municípios (CNM) não era contra a definição de critérios para a criação, incorporação, fusão e o desmembramento de novos entes municipais, desde que fossem observadas as condições de viabilidade econômico-financeira, político-administrativa e socioambiental e urbana.
Na avaliação da CNM, a proposição trazia regras rígidas e certamente iria coibir a criação de um ente municipal que viesse a ser economicamente inviável. Por outro lado, o veto também prejudica as comunidades que teriam condições de cumprir os requisitos para emancipação. Alguns municípios da Região Norte, por exemplo, devido a grande extensão territorial, têm comunidades prejudicadas pela longa distância de acesso à Educação, Saúde, Assistência Social e fomento ao desenvolvimento local.
“Nesse sentido, por menor que fosse a comunidade emancipada, a presença de um governo local, atendendo as obrigações constitucionais de cada ente, possibilitaria a essa população um melhor atendimento das suas necessidades básicas”, destaca o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.

O texto aprovado inicialmente no Senado estabelecia requisitos como população de seis mil habitantes nas Regiões Norte e Centro-Oeste; 12 mil no Nordeste; e 20 mil no Sul e Sudeste.