quinta-feira, 19 de junho de 2014

BOLSA FAMÍLIA – O TREM DA ALEGRIA



Prefeitura de Jaíba beneficia pessoas ricas com dinheiro do
Governo Federal, enquanto famílias pobres carecem do benefício
A Prefeitura de Jaíba deu um tiro no pé, quando recentemente divulgou de forma maldosa o nome da esposa de um vereador (não aliado ao prefeito), que recebe o benefício do programa Bolsa família. O problema é que a prefeitura divulgou apenas o nome da esposa de um vereador e esqueceu-se de mencionar o nome da mãe e cônjuge de outros vereadores que são aliados do prefeito, bem como o nome de funcionários desta prefeitura, e o nome de empresários, filhos e esposas de empresários e jovens solteiros de classe média que também estão na seleção de 4.620 pessoas que recebem mensalmente.
A lista completa de todos jaibenses, ou pessoas de fora cadastradas pela prefeitura de Jaíba pode ser conferida neste blog acessando no final da página em “postagens antigas”. Os valores recebidos nos meses de janeiro, fevereiro e março deste ano podem ser conferidos no sítio deste jornal na internet no endereço www.jornalfolhadejaiba.blogspot.com.br.
Em Jaíba cada pessoa beneficiada recebe mensalmente um valor que varia de R$70,00 a R$912,00. Cerca de 900 mil reais por mês são destinados a 14% da população de Jaíba, município que ostenta ter um dos maiores projetos de irrigação do mundo na produção de alimentos.
Desde o mês passado o Folha de Jaíba divulgou a lista completa na internet, onde parte dos internautas já conferiu e os mesmos suspeitam que possa haver até mesmo fantasmas inseridos na lista, cujo cadastro é de responsabilidade da prefeitura. Concluindo também que cerca de 30% desta população bolsista não precisa deste dinheiro, enquanto existem famílias visivelmente pobres e carentes que não estão incluídas.
A idéia inicial deste programa governamental era proporcionar um incentivo financeiro às mães carentes para manter seus filhos matriculados e estudando em escolas públicas, com material escolar, vestuários, higiene e outras necessidades. Por outro lado este benefício tem se tornado uma espécie de moeda de troca política no sentido de arrebanhar os votos dos mais humildes.
Em Jaíba, o ex prefeito Detim chegou a criar através de aprovação dos “seus” vereadores uma Bolsa Escola Municipal onde destinaria R$50,00 para cada família e chegou até a pagar o primeiro mês e depois aconteceu o calote às pessoas selecionadas. Lembrando que as pessoas cadastradas neste programa municipal até hoje possuem o direito de receber, inclusive as parcelas atrasadas por calote, pois o programa foi criado através de lei aprovada pelo legislativo e sancionada pelo prefeito, portanto a lei ainda é vigente.
O Bolsa Família foi criado no governo Fernando Henrique Cardoso com o nome de Bolsa Escola, que teve o nome mudado no mandato de Lula e deveria ser um programa de transferência direta de renda para beneficiar famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza em todo o país.
Em Itacarambi, no Norte de Minas, foi descoberto que desde 2012, a sogra do prefeito, que é aposentada e não é pobre, também recebe este benefício. Ante a constatação dessa irregularidade, o prefeito, dizendo que não sabia deste fato determinou uma revisão geral do cadastro de todos os beneficiários do programa Bolsa Família nesta cidade vizinha, por admitir que “esse pode não ser o único caso”. Para isso a secretaria municipal de Assistência Social deste município deverá realizar nos próximos dias uma “chamada geral” de todos os beneficiários do programa, a fim de revisar os cadastros.

COMO FUNCIONA O PROGRAMA
O Bolsa Família integra o Plano Brasil Sem Miséria, que tem como foco de atuação os milhões de brasileiros com renda familiar per capita inferior a R$ 77,00 mensais e está baseado na garantia de renda, inclusão produtiva e no acesso aos serviços públicos.
O programa possui três eixos principais: a transferência de renda promove o alívio imediato da pobreza; as condicionalidades reforçam o acesso a direitos sociais básicos nas áreas de educação, saúde e assistência social, e as ações e programas complementares objetivam o desenvolvimento das famílias, de modo que os beneficiários consigam superar a situação de vulnerabilidade.
Todos os meses, o governo federal deposita uma quantia para as famílias que fazem parte do programa. O saque é feito com cartão magnético, emitido preferencialmente em nome da mulher. O valor repassado depende do tamanho da família, da idade dos seus membros e da sua renda. Há benefícios específicos para famílias com crianças, jovens até 17 anos, gestantes e mães que amamentam.
A seleção das famílias para o Bolsa Família é feita com base nas informações registradas pelo município no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, instrumento de coleta e gestão de dados que tem como objetivo identificar todas as famílias de baixa renda existentes no Brasil.
Com base nesses dados, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) selecionam, de forma automatizada, as famílias que serão incluídas para receber o benefício.