Paletó de linho preto
Ainda
naquele tempo, o Pedro Marques era um formidável boêmio freqüentador dos bares
de Jaíba, gostava de usar um paletó todo branco, acompanhado de uma linda
gravata vermelha. Certo dia, estava ele juntamente com companheiros de gole,
isso no extinto “BAR PEIXE FRITO” do nosso amigo Antonio Ferro. Sentado à mesa
estavam pessoas da sociedade da época, tais como doutor João Rocha, Jurai da
Padaria, Toninho Sapateiro, Petrônio Miranda, Seu Mundico, Seu Antônio (dono do
bar, Osvaldo do Caminhão, João Maria, Licério Guimarães (pai de Leandro Gordo),
doutor Walteir, Diretores da Ruralminas, alguns policiais militares, Ceci,
Vicente do posto, Arimates, Zé do padre, Geovane irmão de Gudinha, Dino pai de
Bila, Fernando da Minas Caixa, Senhor Amândio da farmácia, o subprefeito seu
Santo, dentre outros. Fazendo o trabalho de churrasqueiro um moço por nome de
“Divá”, um açougueiro da época. Pedro Marques passava pela avenida todo de
branco, a turma da mesa o chama e convida a fazer parte daquela manhã de
domingo. Muito peixe frito, cachaça, wiski e claro, o churrasco. O
churrasqueiro “Divá” começou a sacanear Pedro Marques. Mas como? Ele Lambuzava
suas mãos de carvão, vinha abraçava o Pedro com toda malandragem esfregando as
mãos sujas no paletó branquinho do cientista, isso pelas costas, e o que era
branco ficou preto, tendo esta cena se tornado uma algazarra naquele bar.
Alguém que passa em frente ao bar chama Pedro Marques que já estava um pouco
“tonto” e lhe relata o que estava acontecendo. Pedro Marques viu aquilo e ficou
enfurecido, arrancou um revolver calibre 22 e aponta para o churrasqueiro “Divá”.
Neste exato momento, boêmios daquela mesa partiram pra cima do Pedro Marques e
lhe deram um tombo, consequentemente, lhe tomando a arma, ele cai e bate o
braço em um carrinho de mão causando fratura instantânea, sendo levado para
casa cuspindo maribondos. Foi dormir? Não! Ele chegou em casa tirou aquele
terno branco, ficou totalmente nu e voltou pro bar e disse:- No meio de gente
sacana o certo é vim pelado. Acredite leitor, ele foi “peladinho da silva”, em
plena avenida. Todos que estavam naquele bar foram pra casa, e a festa virou
tragédia. Naquele momento um dos filhos da saudosa Dona Cizina, o finado
“Geraldinho” pegou o pelado e cobrindo com um lençol levou-o para casa. Mais
tarde teve que chamar a “Dona Bete da farmácia” para aplicar um sossega leão em Pedro Marques, pois
o mesmo estava em estado desprezível. Que pena! Isso foi uma falta de respeito
com a pessoa do cientista, por parte do açougueiro “Divá” , que passado alguns
dias pediu desculpas ao autodidata. Se este recebeu o perdão eu não sei, o que
sei é que nunca mais eu vi esse cidadão aqui em Jaíba. Segundo
informações a turma da mesa pedia pra ele não fazer aquilo, porém, ele não dava
ouvido ao clamor. Essa narrativa eu não inventei nada, sendo cem por cento
verdadeira.