sexta-feira, 23 de maio de 2014

Audiência Pública discute falta de segurança e de água tratada no projeto Jaíba



No Projeto Jaíba, aconteceu um grande debate envolvendo sérios problemas vivenciados por esta comunidade. Comissões da Assembleia Legislativa de Minas debateram o sistema de abastecimento de água nos núcleos do Projeto Jaíba e a precariedade do serviço de segurança pública no município
Na tentativa de solucionar o problema que se arrasta há anos, foi realizada no último dia 30 uma audiência pública conjunta das Comissões de Segurança Pública e de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembleia Legislativa de Minas Gerais em Mocambinho.
Durante a reunião foram apresentadas algumas sugestões e firmados alguns compromissos por autoridades e pelos deputados presentes. O gerente executivo do Distrito de Irrigação de Jaíba, (DIJ) Marcos Braga Medrado, entregou aos parlamentares um estudo elaborado com todas as diretrizes necessárias para a implantação de uma estação de tratamento de água no local.
Segundo o gerente do DIJ, dos sete núcleos que formam o Projeto Jaíba, cinco não contam com o serviço de água potável. Os moradores têm acesso a uma pequena quantia de água clorada, sem o tratamento devido para o consumo humano, e são forçados a caminharem por quilômetros para se abastecer na sede do município ou nos núcleos que são atendidos.
Os quatro deputados presentes na reunião - Carlos Pimenta, Paulo Guedes, Tadeu Martins e Luiz Henrique se comprometeram a pressionar o governo federal e estadual para arrecadar recursos e implantar o projeto de água tratada.
Os deputados Paulo Guedes e Carlos Pimenta sugeriram visitar a Codevasf, em Brasília, e a presidência da Copasa para pressionar para uma solução imediata. O deputado Tadeu Martins Leite lamentou o fato de pessoas recorrerem à água insalubre dos canais de irrigação para matar a sede.
O engenheiro de obras da Copasa, Cláudio Marques Dias, lembrou que o serviço de abastecimento de água só pode ser executado por alguma concessionária escolhida pelo município. A Copasa só tem a concessão da sede do município e, por isso, segundo Cláudio Dias, não pode se responsabilizar pelo problema da área do Projeto Jaíba.
Outro assunto tratado na audiência pública foi o aumento do número de assaltos no distrito de Mocambinho. Também neste assunto, as notícias foram positivas. O deputado Luiz Henrique assegurou que recebeu do Poder Executivo a garantia de implantação da polícia rural no distrito já nos próximos 30 dias e de um pelotão da Polícia Militar até o final do ano. De acordo com o parlamentar, também deverá ser construído, até janeiro de 2015, um centro socioeducativo com capacidade para atender 40 jovens em conflito com a lei, um investimento de R$ 1,25 milhão. "Dos crimes registrados aqui (em Mocambinho), 70% são cometidos por menores" disse ele.
Os participantes da audiência pública lamentaram o clima de insegurança que se instalou no distrito. Eles também reclamaram da falta de policiais: são apenas cinco militares e nenhum da Polícia Civil, que só tem policiais na sede do município.
O presidente da Câmara Municipal, vereador Júnior Leonir, citou o exemplo do banco cooperativo Sicoob, única instituição que mantém uma agência em Mocambinho, que foi vítima de seis assaltos neste ano. O empresário Reginaldo Antônio da Silva afirmou que a partir das 18 horas os moradores se recolhem nos lares para evitar os assaltos. "Ninguém pode sair; as pessoas estão sendo roubadas todo dia e toda hora", reclamou.
O comandante do 51º Batalhão da Polícia Militar em Janaúba, tenente-coronel Alexandro da Silva Almeida, explicou que 93% dos crimes cometidos no Jaíba e o mesmo índice de vítimas desses assaltos envolvem pessoas que não moram na área, o que dificulta o controle. Ele afirmou que até junho a Secretaria de Estado de Defesa Social deve enviar mais um policial para Jaíba, e até setembro aumentará o efetivo, após a formatura de novos praças. O oficial disse que também pretende instalar em Jaíba o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd) para combater o uso de entorpecentes.