No Projeto Jaíba, aconteceu um
grande debate envolvendo sérios problemas vivenciados por esta comunidade. Comissões
da Assembleia Legislativa de Minas debateram o sistema de abastecimento de água
nos núcleos do Projeto Jaíba e a precariedade do serviço de segurança pública
no município
Na tentativa de solucionar o
problema que se arrasta há anos, foi realizada no último dia 30 uma audiência
pública conjunta das Comissões de Segurança Pública e de Assuntos Municipais e
Regionalização da Assembleia Legislativa de Minas Gerais em Mocambinho.
Durante a reunião foram
apresentadas algumas sugestões e firmados alguns compromissos por autoridades e
pelos deputados presentes. O gerente executivo do Distrito de Irrigação de
Jaíba, (DIJ) Marcos Braga Medrado, entregou aos parlamentares um estudo
elaborado com todas as diretrizes necessárias para a implantação de uma estação
de tratamento de água no local.
Segundo o gerente do DIJ, dos sete
núcleos que formam o Projeto Jaíba, cinco não contam com o serviço de água
potável. Os moradores têm acesso a uma pequena quantia de água clorada, sem o
tratamento devido para o consumo humano, e são forçados a caminharem por quilômetros
para se abastecer na sede do município ou nos núcleos que são atendidos.
Os quatro deputados presentes na
reunião - Carlos Pimenta, Paulo Guedes, Tadeu Martins e Luiz Henrique se
comprometeram a pressionar o governo federal e estadual para arrecadar recursos
e implantar o projeto de água tratada.
Os deputados Paulo Guedes e Carlos
Pimenta sugeriram visitar a Codevasf, em Brasília, e a presidência da Copasa
para pressionar para uma solução imediata. O deputado Tadeu Martins Leite
lamentou o fato de pessoas recorrerem à água insalubre dos canais de irrigação
para matar a sede.
O engenheiro de obras da Copasa,
Cláudio Marques Dias, lembrou que o serviço de abastecimento de água só pode
ser executado por alguma concessionária escolhida pelo município. A Copasa só
tem a concessão da sede do município e, por isso, segundo Cláudio Dias, não
pode se responsabilizar pelo problema da área do Projeto Jaíba.
Outro assunto tratado na audiência
pública foi o aumento do número de assaltos no distrito de Mocambinho. Também
neste assunto, as notícias foram positivas. O deputado Luiz Henrique assegurou
que recebeu do Poder Executivo a garantia de implantação da polícia rural no
distrito já nos próximos 30 dias e de um pelotão da Polícia Militar até o final
do ano. De acordo com o parlamentar, também deverá ser construído, até janeiro
de 2015, um centro socioeducativo com capacidade para atender 40 jovens em
conflito com a lei, um investimento de R$ 1,25 milhão. "Dos crimes
registrados aqui (em Mocambinho), 70% são cometidos por menores" disse
ele.
Os participantes da audiência
pública lamentaram o clima de insegurança que se instalou no distrito. Eles
também reclamaram da falta de policiais: são apenas cinco militares e nenhum da
Polícia Civil, que só tem policiais na sede do município.
O presidente da Câmara Municipal,
vereador Júnior Leonir, citou o exemplo do banco cooperativo Sicoob, única
instituição que mantém uma agência em Mocambinho, que foi vítima de seis
assaltos neste ano. O empresário Reginaldo Antônio da Silva afirmou que a
partir das 18 horas os moradores se recolhem nos lares para evitar os assaltos.
"Ninguém pode sair; as pessoas estão sendo roubadas todo dia e toda
hora", reclamou.
O comandante do 51º Batalhão da
Polícia Militar em Janaúba, tenente-coronel Alexandro da Silva Almeida,
explicou que 93% dos crimes cometidos no Jaíba e o mesmo índice de vítimas
desses assaltos envolvem pessoas que não moram na área, o que dificulta o
controle. Ele afirmou que até junho a Secretaria de Estado de Defesa Social
deve enviar mais um policial para Jaíba, e até setembro aumentará o efetivo,
após a formatura de novos praças. O oficial disse que também pretende instalar
em Jaíba o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd) para combater
o uso de entorpecentes.