sexta-feira, 23 de maio de 2014

Apesar de muito recurso Prefeitura de Jaíba não consegue manter médico no hospital público

HOSPITAL foi palco de desordem


Parece que em Jaíba está proibido adoecer ou morrer nos finais de semana. No último domingo dia 18, o único hospital desta cidade foi alardeado com uma bagunça generalizada e muito sofrimento das pessoas que buscavam o direito a uma saúde digna que é assegurada em lei.
Muitos pacientes contratando serviço de taxi para buscar atendimento em cidade vizinha diante da incompetência dos gestores do serviço de saúde que é administrada pela prefeitura local. Foi constatado também dois óbitos, e a família diante da comoção não podendo sequer providenciar o velório das vítimas pois não existia um médico para assinar a liberação dos corpos, e estranhamente, no mesmo horário o prefeito, e talvez até o médico plantonista estavam assistindo uma partida de futebol há poucos metros do hospital.
Foram providenciados boletins de ocorrência policial e o vereador Welton Luiz da Silva viabilizou junto ao cartório desta cidade a lavratura de uma Ata Notarial constatando as anormalidades.  Conforme a Ata Notarial, o representante legal do cartório compareceu ao local e presenciou várias pessoas solicitando atendimento médico sem conseguir e corpos sem vida aguardando liberação. Este documento tem fé pública e valerá para as devidas providencias.
Na última sexta feira, dia 23 a Câmara Municipal realizou uma reunião extraordinária onde convocou o secretário municipal de saúde para dar explicações sobre este gravíssimo incidente.

Prefeito de Jaíba assina contrato milionário com fornecedores de saúde
O grave problema do atendimento no setor de saúde oferecido ao povo jaibense, está mais que provado, que não é falta de dinheiro, pois o prefeito desta cidade assinou contrato com alguns fornecedores desta cidade e de outros locais como Manga e Janaúba que chega próximo ao montante de 4 milhões de reais. Este contrato estará em vigor até 25 de março de 2015. Das clínicas contratadas, uma dá emprego a um médico irmão do prefeito de Jaíba.
A contratação de profissionais da área médica chegou ao valor de R$ 3.978.521,24, e como o prazo é de um ano, dividimos por 12 que dará R$ 331.543,43 por mês. Ou seja, dá para manter mais de trinta médicos trabalhando no município.
Vejam a relação dos médicos e clínicas contratadas e os respectivos valores:
- Clínica Médica Robleto e Araujo Ltda (Jaíba) R$ 823.821,72
- Centro de Diagnóstico por Imagem Santa Maria Ltda (Janaúba) R$ 1.137.739,52
- Clínica de Otorrinolaringologia (Janaúba) R$ 48.600,00
- Policlínica Bem Estar Ltda (Janaúba) R$ 488.400,00
- Amaro Ribeiro Neto (Manga) R$ 401.400,00
- Christiano Nogueira Teago (Janaúba) R$ 430.560,00
- Clínica da pele Serviços Médicos Ltda (Janaúba) R$ 324.000,00
- Policlínica Santa Maria Ltda (Janaúba) R$ 324.000,00

Programa Mais Médicos do Governo Federal não chega em Jaíba
Vários municípios vizinhos como Porteirinha, Januária, Montes claros e outros, já receberam e estão em pleno e belo trabalho os médicos brasileiros, ou estrangeiros, (que falam nossa língua) para atender a população. Esses médicos têm um custo muito barato para o município que atende basicamente regras para alimentação e alojamento dos profissionais e seus familiares. Muitos prefeitos não querem trabalhar com esses médicos, justamente porque o custo é muito pequeno e eles não dão nota fiscal e nem participam de licitação.
Para o município participar do Programa Mais Médicos, é necessário fazer o devido cadastro no Ministério da Saúde e requer aprovação das Câmaras Municipais de cada cidade. A iniciativa não pode partir dos vereadores, apenas do prefeito.
De acordo com a decisão do governamental, os municípios que aderiram ao programa do governo federal para atrair médicos brasileiros e estrangeiros a regiões carentes no Brasil devem se comprometer a disponibilizar moradia para os profissionais, seja cedendo imóvel ou hospedagem em hotéis e pousadas, ou por meio de repasses para o custo de aluguel.
No caso de o município optar pelo repasse do aluguel, a portaria fixa um valor mínimo de R$ 500 e máximo de R$ 2.500, mas ressalta que os municípios podem exceder esse limite caso comprovem os custos do mercado imobiliário local mediante três cotações de preço. 
Os municípios também devem assegurar o transporte dos profissionais na chegada às localidades em que irão trabalhar, além de oferecer condições sanitárias, de alimentação e de energia elétrica para sua estadia. A portaria institui que as prefeituras devem repassar entre R$ 371 e R$ 500 para os custos de alimentação dos médicos, ou oferecê-la por conta própria.