O Ministério Público Federal descobriu uma
fraude praticada nos anos de 2013 e 2014 que já soma mais de R$ 2,5 bilhões
envolvendo pagamentos irregulares do Programa Bolsa Família. Para chegar a esse
número, o Governo cruzou dados da Receita Federal, de Tribunais de Contas, do Tribunal
Superior Eleitoral e do Ministério do Desenvolvimento Social, que é responsável
pelo Bolsa Família.
Os procuradores cobraram informações sobre a
execução e a fiscalização do Bolsa Família e também vão pedir informações às
prefeituras, que são as responsáveis pelos cadastros das famílias que queiram
participar do programa. A ideia é identificar brechas que permitem fraudes e
sugerir mudanças. Segundo dados da Câmara Criminal e de Combate à Corrupção do MP,
as inconsistências abrangem 1,4 milhão dos beneficiários, entre titulares e
suas famílias.
Foram encontrados saques realizados por
pessoas já falecidas e indivíduos sem CPF. Também foram apontados problemas em
benefícios para servidores públicos com família de menos de quatro pessoas,
doadores de campanha em valores superiores ao recebido no programa,
proprietários ou responsáveis por empresas ativas.
Em nota, o Ministério do Desenvolvimento
Social e Agrário afirmou que "não ignora a possibilidade de irregularidades
ocorridas na gestão anterior". Segundo o texto, a pasta está empenhada em
aperfeiçoar o controle e os mecanismos de fiscalização dos beneficiários do
Bolsa Família.
Um comitê de controle será criado para
depurar e garantir que o Bolsa Família seja destinado para quem mais
precisa."