Polêmica reunião de
vereador
Nesta lorota, vou lhes trazer assuntos de velhos tempos de
uma política diferenciada e ultrapassada. Não existia a lei de responsabilidade
fiscal e nem tão pouco a falta de decoro parlamentar. O nepotismo era normal,
além de outras situações que em geral o povo já conhece. Democracia? Nem este
nome o povo conhecia. Nosso cientista fora eleito vereador por Otinolândia
(hoje Jaíba) quando esta localidade pertencia Monte Azul. Nas eleições o
autodidata obteve 705 votos, se tornando o mais votado do município em um
universo de dois mil eleitores. Assim dizia em seu discurso: - Já que os sãos
não fazem nada vamos eleger um “doido” para ver se a coisa muda! Nesta época
também foi reeleito para mais um mandato de vereador o Jordenor Barbosa.
Otinolândia (hoje Jaíba) possuía então naquele legislativo dois representantes
legítimos. Também foi eleito a vereador por Monte Azul um Senhor que se chamava
Coronel Levi Chaves. Tratava-se de um cidadão “estopim curto” e valentão, que
segundo Pedro Marques ia para as reuniões armado com seu 38 taurus. Um
funcionário da Prefeitura reclama para Pedro Marques do baixo salário e lhe
pede para cobrar da tribuna um reajuste para o mesmo, e assim disse o Galeno na
tribuna: - Senhor presidente, o nosso amigo funcionário está pedindo um aumento
de salário, pois, não está dando nem para as despesas da casa. O presidente da
Câmara o reclama: - Vereador este assunto não é da nossa alçada, não podemos
alterar orçamentos de outro poder paralelo, essa não é nossa incumbência,
estamos aqui para aprovar as leis. Pedro Marques olha para o funcionário que se
fazia presente na sessão e diz: É companheiro! Do jeito que eu estou vendo “cê
tá é lascado”. Em outra sessão legislativa fazia parte da pauta um projeto
polêmico do então prefeito Dr. Paulo, e o vereador coronel Levi Chaves era
contra o tal projeto. Começa aquela sessão. Pedro Marques na tribuna: -
Senhores vereadores, Senhor Presidente: Como autodidata cientista e vereador
estou nesta tribuna para pedir aos amigos correligionários a aprovação deste
projeto. Quando de repente o coronel e vereador Levi Chaves levanta com o
revólver engatinhado e diz: - Quem votar a favor deste projeto vai morrer,
primeiramente dando uns três tiros no telhado que telha voou pra todo lado,
impondo assim nos legisladores um terror, deixando-os amedrontados. Tinha uma
vereadora bem gorda que no desespero pulou pela janela do fundo caindo a uma
altura de cinco metros, consequentemente quebrando as duas pernas. O vereador
Jordenor Barbosa, também jaibense se escondeu debaixo da mesa diretora rezando
ave Maria. Pedro Marques ainda na tribuna muda o discurso imediatamente por uma
oração, mais ou menos assim: “Oh! Jeová me livra dessas balas assassinas, óh
Jeová venha acudir seu servo”! Óh Jeová o que eu faço! Tiro pra toda banda!
Pá... Pá... Pá... O Galeno desesperado e grita: - Jeová, o Senhor não vai me
acudir? Instantaneamente, vem uma voz do céu que somente Pedro Marques escutou:
Ô Pedro, para que serve uma janela? Pula enquanto é tempo! E se na queda eu
morrer Jeová? A voz do céu lhe responde: Tu estarás comigo no paraíso. Da
tribuna mesmo Pedro Marques mergulhou por aquela vasta janela e caiu nas
proximidades do mercado municipal que é ou era em frente à Câmara, caindo sobre
uma banca cheia de ovo caipira, se melou por completo, além de várias
escoriações pelo corpo, uma dentadura rachada ao meio e um braço quebrado. E o
projeto foi aprovado? Sim. Em outra sessão legislativa em que o Levi Chaves não
compareceu. O cientista na tribuna expressava: “Graças a Deus que o endemoniado
do Vereador assassino não veio a esta sessão”! Corre presidente e bate o
carimbo de aprovado nessa “misera” antes que chega o Hitler Monteazulino e nos
mande dessa câmara para a outra câmara de gás!