quarta-feira, 16 de março de 2016

Mais fiscalização para motoristas drogados

Em vigor a partir deste mês de março a nova lei que obriga motoristas profissionais de transportes de cargas a fazerem exames toxicológicos com o propósito de reduzir a quantidade de acidentes nas estradas. O teste é capaz de detectar o consumo de drogas, como cocaína, crack e anfetaminas, nos últimos 90 dias.
Pela regra, serão submetidos à avaliação pessoas que estejam tirando carteira nas categorias C, D ou E, além de motoristas que renovarem a habilitação. A Lei ainda prevê a obrigatoriedade do exame para trabalhadores de transporte de carga que forem admitidos ou desligados de uma empresa. Quem não passar pelo teste, terá a renovação da licença para dirigir recusada.
Embora concorde que a lei trará resultados positivos, o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros de Minas, questiona a nova regra. “Para termos resultados melhores, esse mesmo rigor deveria ser cobrado de todos os motoristas, não apenas dos caminhoneiros”, sugere. Além disso, ele critica o fato de que os próprios motoristas sejam obrigados a arcar com os custos do exame. “Todo mundo já tem que pagar para renovar a carteira de motorista. Agora, ao exigirem um novo teste, o serviço ficará ainda mais caro”, afirmou. O preço do exame varia de R$ 250 a R$ 300.
Minas de fora por enquanto
Pelo menos por enquanto o Estado de Minas não vai cumprir esta determinação legal imposta aos motoristas profissionais de caminhões e carretas, além de condutores dos transportes coletivos de passageiros. A medida, que entrou em vigor neste mês em todo país, foi suspensa pelo Detran mineiro depois de receber uma recomendação do Ministério Público Estadual. O órgão questiona o alto valor do exame e a sua eficácia.

A promotoria questiona, ainda, o credenciamento dos laboratórios, que apresentou requisitos questionáveis, como a exigência de uma certificação não nacional. A diretora do Detran/MG, afirmou, por meio da assessoria de imprensa da Polícia Civil, que faz coro com outros estados - como São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Goiás – para o não atendimento a norma. "Acreditamos na maior eficácia, e já está em estudo a utilização de um equipamento nos moldes do etilômetro, que poderá avaliar de forma rápida e segura se o motorista está sob efeito de drogas que comprometam a capacidade psicomotora, no momento em que está dirigindo, conforme prevê o Código de Trânsito Brasileiro”, disse.