quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Através de lei específica, professor pode recolher celular de aluno

A febre do aparelho celular acompanhado do facebook e tantas outras parafernálias da comunicação virtual usada de forma desenfreada e na hora errada tem tirado o sono de professores em suas aulas, e até mesmo de padres e pastores evangélicos durante suas aulas e pregações.
Em uma escola no Sul de Minas, as regras em relação ao uso do celular são rigorosamente cumpridas. Alunos que utilizam o aparelho durante as aulas têm o telefone recolhido e precisam ir ao fórum da cidade para recuperá-lo. A intenção da medida, tomada após a diretora procurar a Justiça – motivada pelas queixas de professores insatisfeitos com a frequência do problema – seria melhorar a qualidade das aulas e diminuir a falta de atenção dos estudantes.
A decisão judicial se baseia em lei estadual de 2002, que proíbe o uso do aparelho em salas de aula, igrejas e cinemas. A cópia da lei foi afixada no quadro de avisos da escola.
Um consultor pedagógico especialista destacou que é importante que todos os professores tenham a mesma atitude, e que a regra deve ser aplicada a todos. “Se o estudante não pode usar o celular durante a aula, o docente também não pode. Antes de aplicar a regra – retirar o aparelho do aluno –, o professor precisa tentar todas as outras medidas. Ele não pode perder a autoridade para outra instância”, disse.
A apreensão dos aparelhos utilizados durante as aulas deveria acontecer em todo o Estado, segundo a advogada tributarista Cíntia Giovani. “Existe uma discussão em torno da constitucionalidade da lei mineira, mas ela está em vigor e deve ser cumprida em todas as escolas”, explica.
Outros Estados – como Rio de Janeiro e São Paulo – têm leis parecidas com a de Minas Gerais. Tramitam no Congresso vários projetos de lei que objetivam proibir o uso do celular dentro das salas de aula em todo país.

A Lei 14.486, de 2002, estabelece que é proibida “a conversação em telefone celular e o uso de dispositivo sonoro do aparelho em salas de aula, teatros, cinemas e igrejas”